quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Os dias da semana em músicas (English Version)

Quando eu tinha a pretensão de dar aulas (de inglês, principalmente), eu gostava de ficar bolando na minha cabeça umas aulas com umas coisas diferentonas envolvendo música. Ok, isso é meio Vila Sésamo misturado com Glee, mas vá lá, nunca é muito normal o que sai da minha cabeça lesada. E foi um bocado divertido pensar nessa seleção:


Segunda-feira: I don't like mondays - The Boomtown Rats




Terça-feira: Ruby Tuesday - The Rolling Stones




Quarta-Feira: Wednesday Morning 3AM - Simon and Garfunkel




Quinta-Feira: Sweet Thursday - Matt Costa




Sexta-Feira: Friday I'm in Love - The Cure




Sábado: Someday I'll be Saturday Night - Bon Jovi





Domingo: Sunday Bloody Ssunday - U2





Esse post faz parte da série: "Ideias aleatórias que a senhoura dona Jéssica tem no ônibus de manhã (muito) cedo".

domingo, 24 de fevereiro de 2013

DL2013: O DIário da Princesa, Meg Cabot (fevereiro)


Sinopse: Mia Thermopolis, uma garota nova-iorquina comum, descobre, de repente, ser a herdeira de um reino europeu. Ela vai, então, morar com seu pai, para aprender a agir como a verdadeira nobre que é. Mas sua avó, a velha princesa Genovia, acha que ela tem muito a aprender antes de poder subir ao trono. (Fonte: Skoob)


Assumo que já tinha lido Meg Cabot antes e gostado. E muito. Mesmo.

Daí pensei que não teria erro em escolher O Diário da Princesa como leitura para o mês de fevereiro, cujo tema é "Livros que nos façam rir".

E me decepcionei um bocado.

Achei o livro bem bobinho e fraco. Entendo que se trata do diário de uma adolescente e que as costumeiras crises de "ninguém me entende" são constantes, mas sei lá... senti que faltou alguma coisa no livro. Claro que teve uma ou outra coisa mais engraçadinha (eu gostei de ter imaginado o pai da Mia como o Capitão Picard, ok?), mas talvez eu tenha criado muitas expectativas por causa do filme - e convenhamos, como não ter expectativas por causa de um filme com Julie Andrews?

Para garotas de uns 12 ou 13 anos de idade, a leitura deve ser proveitosa. A linguagem não é complexa e bem informal, e pode ser que se consiga estabelecer uma identificação com os dramas adolescentes da Mia e isso é sempre válido.

Mas a tia Jéssica aqui já passou um bocado dessa época, então achei a leitura bem meh.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

#Eu recomendo: Infâmia (The Children's Hour, 1961)



Sinopse: Karen (Audrey Hepburn) e Martha (Shirley MacLaine) são duas professoras de uma escola que veem suas vidas virar de ponta a cabeça quando uma das crianças, irritada por ter sido castigada, insinua que as duas mantem um relacionamento amoroso. A história logo é espalhada na cidade, e todos começam a ficar indignados com as duas. Elas decidem abrir um processo de calúnia, chegando aos jornais de todo o país. (Fonte: Cinema Clássico)


Estava para ver esse filme há meses, e só em um típico domingo tedioso lembrei dele e resolvi assistir. E não me arrependi.

Adaptação da peça de Lillian Hellman, "Infâmia" é, acima de tudo, um filme corajoso. Retratar o lesbianismo de modo tão verdadeiro e intenso, na década de 60, é um mérito e tanto. Mas o modo como a narrativa é conduzida, cheia de insinuações e coisas não-ditas, mas também com muita delicadeza, torna tudo mais interessante.

Pois, ainda hoje, ainda é assim que o tema é tratado por muitas pessoas. Com o disse-me-disse, com preconceito e calúnias e uma ignorância absurda.

O filme, que começa com uma atmosfera tão leve por ser em uma escola de educação infantil para garotas, acaba se tornando opressivo conforme toda a situação com as duas professoras acaba se intensificando, em que o ambiente vai se tornando mais e mais sombrio, refletindo o estado de espírito das duas mulheres.

O desfecho é chocante, cru, um verdadeiro soco no estômago. O que poderia ter sido só um comentário cruel de uma criança birrenta e venenosa cresce, cria corpo e modifica a vida de tantas pessoas.

As interpretações para o filme são muitas.

E é um filme que vale muito a pena ver pelos temas discutidos e pelas excelentes atuações. Acostumada a ver Audrey Hepburn em filmes mais leves, é sempre um prazer vê-la representar personagens mais densos - mas sempre soube que ela era uma atriz competente, vide sua interpretação de Holly Golightly em "Bonequinha de Luxo". E Shirley MacLaine está fantástica no papel de Martha, sempre tão angustiada e intensa.

O filme completo está disponível no youtube. É só aproveitar:






quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Resenha: Queda de Gigantes, Ken Follett



Sinopse: Queda de gigantes é o novo épico de Ken Follett. O primeiro romance desta trilogia segue o destino de cinco famílias durante a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa. Aos 13 anos de idade, Billy Williams entra em um mundo de homens nos poços de mineração da Gália. Gus Dewar, um estudante de direito norte-americano sem sorte no amor, encontra uma carreira nova e surpreendente. Dois irmãos órfãos russos, Grigori e Lev Peshkov, embarcam em caminhos radicalmente diferentes separados por metade do mundo quando seus planos de emigrar para os Estados Unidos falham por causa da guerra e da revolução. Estes e muitos outros personagens têm suas vidas intimamente entrelaçadas em uma saga que se desdobra em drama intrigante e complexo. Queda de gigantes vai de Washington à São Petersburgo, da sujeira e do perigo de uma mina de carvão aos candelabros brilhantes de um palácio, dos corredores do poder para os quartos dos poderosos. Como sempre acontece com Ken Follett, o contexto histórico pesquisado é brilhante e a ação processada em movimentos rápidos. Os personagens são ricos em nuances e emoção. Está nascendo um novo clássico. (Fonte: Skoob)


Resumindo: estou apaixonada pelo livro. 

Sem mais. 

Acabou a resenha, podem ir embora.

Brincadeiras a parte, é difícil falar de um livro que te deixa tão empolgada, em que mal se sabe por onde começar a elogiar. Ken Follett conseguiu me ganhar no primeiro capítulo de seu livro, fazendo com que eu me apegasse imediatamente aos seus personagens.

O autor tem uma das características que mais prezo em um escritor: a capacidade de fazer com que personagens te provoquem alguma reação. Nem que seja odiá-los por suas atitudes na narrativa. E ele consegue isso com competência e maestria. Fui imediatamente cativada pelos irmãos Williams, (Billy e Ethel), por Walter, Grigori e tantos outros, assim como também senti raiva de Fitz e uma certa impaciência indulgente em relação a Lev. Personagens com nuances e bem construídos fazem qualquer narrativa me ser interessante.

Mas, além de personagens ótimos e marcantes, Follett também escolheu um tema poderoso de se trabalhar, ainda tão confuso de se explicar por historiadores: A 1ª Guerra Mundial. Além de tratar da 1ª Guerra Mundial, o livro também retrata a luta das feministas inglesas pelo direito de voto, operários em busca de melhores condições de trabalho e a Revolução Russa de 1917, sempre mesclando fatos históricos e ficcionais. 

O autor conseguiu abordar a história através de personagens tão diferentes, de países diferentes, de classes opostas não só por sua posição social, mas pelo pensamento ideológico, em que não existem heróis e vilões absolutos. E sem ser parcial.

Sabemos que a história sempre é escrita pelo lado vencedor. Mas o autor conseguiu mostrar que existem pessoas boas e ruins em todos os lados - prova disso são os personagens Walter e Grigori que são, respectivamente, um alemão e um russo lutando por suas nações, mas que sabem que o sistema é falho e que nem sempre os meios justificam os fins.

Agora já estou mais que ansiosa pelo próximo livro da Trilogia "O Inverno do Mundo", que tratará da Depressão de 1929 e da 2ª Guerra Mundial. E o último livro retratará a Guerra Fria.


Uma prévia de Queda de Gigantes pode ser encontrada no site da Editora Arqueiro.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

#Music Monday: Revolver (The Beatles)



Depois de "Abbey Road", "Revolver" é um dos meus álbuns favoritos dos Beatles. E ainda não sei explicar o motivo. Mas começar a semana com "Good day sunshine" já deixa tudo infinitamente melhor. Segue o tracklist da semana:


"Taxman"
"Eleanor Rigby"  
"I'm Only Sleeping"  
"Love You To"
"Here, There and Everywhere"
"Yellow Submarine"  
"She Said She Said"  
"Good Day Sunshine"  
"And Your Bird Can Sing"
"For No One"  
"Doctor Robert"
"I Want to Tell You"
"Got to Get You into My Life"
"Tomorrow Never Knows"


Menção honrosa: Taxman, Eleanor Rigby, She said she said, Good day sunshine e Tomorrow never knows - amo amo amo essa última!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

TAG 12 livros: Ladrão de Almas, Alma Katsu




Sinopse: No turno da noite de um hospital no estado do Maine, o Dr. Luke Findley espera ter outra noite tranquila com lesões causadas pelo frio extremo e ocasionais brigas domésticas. Mas, no momento em que Lanore McIlvrae — Lanny — entra no pronto-socorro, muda a vida dele para sempre. Uma mulher com passado e segredos misteriosos. Lanny não é como as outras pessoas que Luke conheceu. E Luke fica, inexplicavelmente, atraído por ela... Mesmo sendo suspeita de assassinato; e conforme Lanny conta sua história, uma história de amor e uma traição consumada que ultrapassam tempo e mortalidade, Luke se vê totalmente seduzido. Seu relato apaixonado começa na virada do século 19 na mesma cidadezinha de St. Andrew, quando ainda era um templo puritano. Consumida, quando criança, pelo amor que sentia pelo filho do fundador da cidade, Jonathan, Lanny fará qualquer coisa para ficar com ele para sempre. Mas o preço que ela tem de pagar é alto — um laço imortal que a prende a um terrível destino por toda a eternidade. E agora, dois séculos depois, a chave para sua cura e salvação depende totalmente de seu passado. De um lado um romance histórico, de outro uma narrativa sobrenatural, Ladrão de Almas é uma história inesquecível sobre o poder do amor incondicional, não apenas para elevá-lo e sustentá-lo, mas também para cegar e destruir. E revela como cada um de nós é responsável por encontrar o próprio caminho para a redenção. (Fonte: Skoob)


Ladrão de Almas foi um livro que me surpreendeu. Não fazia a menor ideia do seu enredo, como seria o seu desenvolvimento. Nada.

No começo achei a narrativa um pouco lenta, não conseguia entender o propósito da Lanny narrar todo o seu envolvimento com o Jonathan, mas dá para se compreender que tudo é um modo de evidenciar o seu amor obsessivo pelo rapaz e as suas consequências conforme o desenvolvimento da leitura. A autora conseguiu fazer uma descrição interessante do modo de vida puritano, contrastando violentamente com os sentimentos de Lanny e as suas posteriores experiências.

A narrativa ganha um tom mais empolgante quando Lanny sai da sua cidadezinha e vai para Boston, onde conhece um grupo de pessoas com um modo de vida para lá de peculiar. Ao ser apresentada a esses personagens, a vida de Lanny muda drasticamente, sendo envolvida em uma trama de paixões perigosas e violência.

Já estava esperando o momento em que seres notívagos e bebedores de sangue surgiriam, mas oh glória! NÃO É mais uma história de vampiros. Ao menos não do modo como estamos acostumados. O tema da imortalidade é tratado de um modo misterioso, inquietante. Ao conhecer Adair, Lanny aprende que a imortalidade é uma prisão, que ela esta fadada a ser um objeto de Adair, sem vontade própria, só para servir aos (piores) caprichos dele. Ao menos para mim, o fator mais determinante para me prender a atenção na leitura foi a presença desse personagem, que consegue deixar um sentimento de desconforto, sem se saber o que esperar.

No final das contas, o livro conseguiu me deixar curiosa. Principalmente por causa de Adair, do que aconteceu (e acontecerá) com ele. Porque, é claro, o livro vai ter continuação e eu, como leitora, fiquei com aquela expectativa ansiosa que se tem, em filmes de terror, quando um personagem suspeito passa muito tempo fora de cena.

No geral, é uma leitura boa. Não é um ótimo livro, não consegui me sentir apegada à protagonista, ou ao menos sentir alguma identificação com ela. Mas também não é uma leitura ruim, já que conseguiu prender a minha atenção por uns bons dias. 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Oscar 2013: Os Miseráveis (Les Misérables)


Sinopse: Adaptação de musical da Broadway, que por sua vez foi inspirado em clássica obra do escritor Victor Hugo. A história se passa em plena Revolução Francesa do século XIX. Jean Valjean (Hugh Jackman) rouba um pão para alimentar a irmã mais nova e acaba sendo preso por isso. Solto tempos depois, ele tentará recomeçar sua vida e se redimir. Ao mesmo tempo em que tenta fugir da perseguição do inspetor Javert (Russell Crowe). (Fonte: Adoro Cinema)


Depois de assistir o filme pela segunda vez, acho que estou minimamente capaz de fazer uma resenha razoavelmente decente. Normalmente eu não tenho muita disposição para ver um mesmo filme duas vezes no cinema, mas Les Mis merece. E muito.

Como já disse algumas vezes, esse filme é para quem gosta de musicais. Não adianta um não-apreciador do gênero assistir, porque provavelmente vai ter uma crítica negativa. Principalmente porque a maioria esmagadora das falas não é recitada (proferida?), mas cantada pelos personagens. Mas para quem ama, adora e venera musicais (eu!), é um prato cheio.

Mas por que?

O musical une a grandiosidade do musical e o cuidado que uma produção épica de uma história de época exige. A caracterização de lugares e personagens é cuidadosa, e quase te faz sentir na pele a miséria vivida por aqueles que viviam na França do século XIX.

O fio condutor do filme está em Jean Valjean. São as suas atitudes que movem o desenrolar do filme, que trata de sub-enredos que acabam se cruzando. Seja no seu eterno confronto com o inspetor Javert, sempre desconfiado com a sua possível regeneração, na sua missão de vida que é reparar o mal feito à Fantine (Anne Hathway) ao cuidar de sua filha pequena, Cosette ou seja no seu envolvimento na Revolução dos Estudantes, em que faz de tudo para preservar a vida de Marius, enamorado de Cosette. Todas as atitudes de Jean Valjean são tentativas de se provar digno da confiança recebida pelo Monsenhor, um modo de se redimir de uma vida que parecia fadada à desgraça, ao ódio e ao crime.

E nisso, a interpretação de Hugh Jackman é sublime. Ele consegue transmitir todas as nuances do personagem de modo competente, e assumo que chorei em várias cenas dele. Sem nos esquecermos que grande parte da interpretação está em sua voz, cantando todos os sentimentos do personagem, o que intensifica a dramaticidade das situações e emoções vividos por ele.

Esse também é o caso de Fantine, que mesmo aparecendo tão pouco em cena, consegue transmitir toda a tragédia de sua vida e nos comover tão profundamente. Eu ainda não consigo esquecer o quanto a cena em que a personagem canta "I dreamed a dream" me comoveu e me deixou com um nó na garganta. É uma desesperança tão grande com a lembrança de um passado que fora feliz e que deixara no lugar somente dor, e que agora cobra dela por ter ousado sonhar com algo que não lhe era permitido. Sinceramente, estou torcendo que a sua intérprete ganhe o Oscar, super merecido!

Há quem diga que o filme é exagerado e excessivamente dramático. Mas convenhamos, esse é o charme dos musicais. E lamentei muito não estar em um teatro para ovacionar cada cena.







segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Oscar 2013: O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, 2012)



Sinopse: Por conta de algumas atitudes erradas que deixaram as pessoas de seu trabalho assustadas, Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) perdeu quase tudo na vida: sua casa, o emprego e o casamento. Depois de passar um tempo internado em um sanatório, ele acaba saindo de lá para voltar a morar com os pais. Decidido a reconstruir sua vida, ele acredita ser possível passar por cima de todos os problemas do passado recente e até reconquistar a ex-esposa. Embora seu temperamento ainda inspire cuidados, um casal amigo o convida para jantar e nesta noite ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma mulher também problemática que poderá provocar mudanças significativas em seus planos futuros. (Fonte: Adoro Cinema)


Eu não vou me lembrar direito onde li, e nem se a expressão era exatamente essa. Mas o filme "O Lado Bom da Vida" é como uma "ode aos desajustados". E não poderia concordar mais.

Inspirado no livro homônimo, a trama acompanha as desventuras de Pat, que acaba de sair de uma internação no sanatório, disposto a fazer de tudo para conseguir a sua vida de volta, sempre guiado pelo mote "Excelsior" ("sempre para cima"). Mesmo com todos os seus distúrbios mentais e as complicações da convivência em família, Pat ainda assim acredita que tudo vai melhorar. E isso é explicitado de modo interessante ao mostrar as constantes corridas que o personagem faz ao longo do filme, como se perseguindo esse seu objetivo ideal.

Mas então entra Tiffany em sua vida. A garota, cunhada de seu amigo, também passa pelo seu momento negro, viúva precoce e tentando levar a vida do jeito que consegue. E que também não é lá dos melhores. Tiffany literalmente atravessa a vida de Pat e muda todos os seus conceitos.

O filme pode ter pecado em alguns aspectos, uma ou outra coisa clichêzuda (principalmente no final), mas uma coisa é inegável: a interação entre os personagens é fantástica, principalmente nos diálogos entre Pat e Tiffany, sendo que ela é dotada de uma sinceridade agressiva de impressionar, contrastando com o pensamento positivo (chegando a ser infantil) de Pat. As interpretações são fantásticas, e cabe aqui destacar, também, o papel de Robert De Niro interpretando o pai de Pat, o qual também tem os seus distúrbios e manias, mas que acaba criando uma identificação única entre pai e filho.

E você acaba se apegando tanto aos personagens, que é difícil desgostar do filme. E Pat, querido, eu também já senti vontade de jogar Hemingway pela janela.

Super recomendado, e já quero ler o livro. Como sempre, né.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Oscar 2013: Amor (Amour, 2012)



Sinopse: Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de aposentados, que costumava dar aulas de música. Eles têm uma filha musicista que vive com a família em um país estrangeiro. Certo dia, Anne sofre um derrame e fica com um lado do corpo paralisado. O casal de idosos passa por graves obstáculos, que colocarão o seu amor em teste. (Fonte: Adoro Cinema)


A sinopse não chega, nem de longe, perto da beleza desse filme.

É belo porque é poético e ao mesmo extremamente real e cru em mostrar a situação vivida pelo casal de idosos. O filme nos apresenta, no início, o cotidiano tranquilo e confortável dos dois, tão habituados pelas décadas de casamento.

Com a doença de Anne, o que vemos é a deterioração da saúde da esposa, ao mesmo tempo em que há o fortalecimento do sentimento que os uniu tantos anos antes. O "na saúde e na doença" é levado a sério, pois amar nos bons momentos é fácil. Contudo, Georges mostra a cada cena, a cada atitude, que está comprometido em fazer tudo o que estiver ao seu alcance para tornar cada momento da vida da esposa o mais confortável possível.

Não é um filme fácil de ver, porque é como um soco no estômago ver cenas que são facilmente vistas em uma casa com pessoais idosas e/ou doentes. Mas a beleza do filme está em mostrar isso com dignidade, respeitando os personagens sem cair no melodrama. Cada gesto de Georges é uma demonstração da devoção feita em votos, mas também evoca os gestos dos amantes que foram - e que permanecem sendo, de um modo ou de outro, e que parecem impregnar as paredes do apartamento.

E o seu desfecho é de uma agonia enorme. É seco. Duro de se ver. Mas resume com maestria toda a proposta do filme, o de mostrar até que ponto vamos por Amor (com A maiúsculo, sim!) e o que somos capazes de fazer pela pessoa amada.

Mais do que isso não dá para dizer, porque seria estragar o filme. O encanto está em descobrir cada minúcia ao longo das cenas.

Super recomendado.


PS: Pensei em me propor a ver os filmes do Oscar 2013 e resenhar aqui, mas como sei que não vou conseguir (já larguei Lincoln, imagina o resto?!), só vou resenhar os que assistir e achar que valem a pena. ;)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

#Aquisições Literárias (Janeiro)

Minhas aquisições do mês de janeiro foram feitas no Livros em Pauta, evento realizado no dia 19/01, e estou bem satisfeita com as compras, pois são de livros que venho namorando há um tempinho. E consegui o autógrafo dos autores de ambos, yay!



1- O Mistério do Rio das Rosas Brancas (Kizzy Ysatis):

A construção de uma hidroelétrica é gatilho para um professor revisitar o rio que lhe trouxe uma paixão por meio do mistério e a levou pela tragédia. Agora, sob o feitiço das rosas, ele cai nesse rio, cuja correnteza o levará a uma jornada de redescoberta. O professor tromba com a frágil condição do homem, espremido por uma sociedade faminta, que se alimenta dos recursos naturais de forma descontrolada. Percebemos que somos o combustível para uma máquina que dita o que você deve ser e como agir; que determina o que é antinatural; que humilha pelo bullying, pela homofobia, pela agressão física e psicológica. Mas não é a desesperança que corre nesse rio. Com uma prosa inspirada e cheia de poesia, Kizzy reescreve o passado para proteger o futuro. Mostra o real com simplicidade, e, assim, defende o direito de amar e o respeito à vida quando extrai de nós novas possibilidades. O Rio das Rosas Brancas guarda um segredo submerso pelas águas dos séculos, despertando como flor ao som da lágrima, ao ardor da prece. Uma ode à natureza, à diversidade e ao amor. (Fonte: Skoob)

Super ansiosa para ler este livro, depois que terminar de ler Queda de Gigantes (é o máximo, leiam!) e fizer a minha leitura pro mês de fevereiro do Desafio Literário (O Diário da Princesa, Meg Cabot), vai ser a minha próxima leitura.


2- Livraria Limítrofe: O Adeus (Alfer Medeiros):

Que importância a literatura tem na sua vida? Ela está presente no seu dia a dia? O que significa para você? Quanto ela moldou do seu caráter e jeito de ser? Com certeza, as respostas a estas perguntas variam consideravelmente, de pessoa para pessoa. O hábito da leitura, e o prazer advindo dele, trazem resultados distintos para cada indivíduo, afinal o ser humano é único na sua maneira de julgar o que os sentidos captam e o que a mente retém. A Livraria Limítrofe é o lugar onde pessoas comuns vislumbram cenários e personagens palpáveis, criados através de suas mentes, colhendo fisicamente o que pela leitura foi plantado. Em cada capítulo, um visitante narra em primeira pessoa sua experiência nas dependências da livraria, cujas dimensões podem variar de um pequeno quadrilátero até um imenso reino de fantasia, de acordo com o que o seu gosto literário definir. Inúmeras referências ao mundo dos livros são lançadas nestas páginas, mas em nenhum momento os nomes das obras e dos autores são citados. Assim, fica a cargo do leitor descobrir do que se trata cada capítulo, com base na sua própria vivência de leitura - ou buscar os títulos que lhe aguçaram a curiosidade. Você está convidado a conhecer a livraria mais imprevisível, fabulosa e excêntrica da qual já teve conhecimento. Aqui, tempo e espaço são plenamente maleáveis, onde o único limite é a capacidade de se criar mundos a partir de palavras impressas. Quem sabe um dia não tenha a sorte de ver diante de si uma porta sobre a qual se enxergam os dizeres "Livraria Limítrofe"? Entre e divirta-se! (Fonte: Skoob)
Esse eu já li e é um amorzinho. A resenha foi postada nesta semana, caso se interessem.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Resenha: Livraria Limítrofe, Alfer Medeiros




Sinopse: Que importância a literatura tem na sua vida? Ela está presente no seu dia a dia? O que significa para você? Quanto ela moldou do seu caráter e jeito de ser? Com certeza, as respostas a estas perguntas variam consideravelmente, de pessoa para pessoa. O hábito da leitura, e o prazer advindo dele, trazem resultados distintos para cada indivíduo, afinal o ser humano é único na sua maneira de julgar o que os sentidos captam e o que a mente retém. A Livraria Limítrofe é o lugar onde pessoas comuns vislumbram cenários e personagens palpáveis, criados através de suas mentes, colhendo fisicamente o que pela leitura foi plantado. Em cada capítulo, um visitante narra em primeira pessoa sua experiência nas dependências da livraria, cujas dimensões podem variar de um pequeno quadrilátero até um imenso reino de fantasia, de acordo com o que o seu gosto literário definir. Inúmeras referências ao mundo dos livros são lançadas nestas páginas, mas em nenhum momento os nomes das obras e dos autores são citados. Assim, fica a cargo do leitor descobrir do que se trata cada capítulo, com base na sua própria vivência de leitura - ou buscar os títulos que lhe aguçaram a curiosidade. Você está convidado a conhecer a livraria mais imprevisível, fabulosa e excêntrica da qual já teve conhecimento. Aqui, tempo e espaço são plenamente maleáveis, onde o único limite é a capacidade de se criar mundos a partir de palavras impressas. Quem sabe um dia não tenha a sorte de ver diante de si uma porta sobre a qual se enxergam os dizeres "Livraria Limítrofe"? Entre e divirta-se! (Fonte: Skoob)



Já vinha namorando esse livro desde o Fantasticon de 2011 (acho que foi lá que o vi pela primeira vez), porque o conceito de um livro sem capa que se trata de uma livraria que se adapta ao seu cliente é simplesmente o máximo. No último dia 19 participei do evento Livros em Pauta e me deparei com o livro novamente, com uma nova edição super bonita (tão bonita quanto a anterior), mas com capa dura e material extra - e um material gráfico lindíssimo. E com um preço muito do fazível. Coloquei embaixo do braço e não larguei mais. Só para conseguir o autógrafo do autor:



sou fangirl, me deixa!



O livro me ganhou logo de cara, simples assim. Primeiro somos apresentados ao atual livreiro, que está sendo entrevistado por um(a) candidato(a) para ocupar o seu cargo. É assim ao contrário mesmo, o candidato entrevistando o seu antecessor, o qual detalha o seu trabalho de guiar os clientes por esse universo que se adapta às suas preferências literárias.

O sonho de qualquer bookworm.

Os capítulos seguintes são os depoimentos dos clientes, contando como foram as suas experiências com a tal Livraria Limítrofe, cada uma mais original do que a outra, com leitores de todos os tipos e com preferências das mais diversas - alguns meio estereotipados, mas até o clichê faz parte do universo literário, e nem chegou a ser algo que incomodasse. 

Sabemos muito pouco sobre os tais clientes, apenas o que estes preferem contar, e nem todos são seduzidos pela Livraria Limítrofe. O que é bem verdade, se pararmos pra pensar na quantidade de pessoas que não veem atrativos na literatura.

O charme do livro é embarcar na viagem literária e tentar descobrir as suas referências, algumas vezes sutis, outras nem tanto - que de certo modo me lembrou muito o conceito do filme O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus, o de poder dar asas à sua imaginação. 

E a narrativa do autor é gostosa, quando vi já tinha lido mais da metade do livro sem esforço e, quando percebi, já tinha lido tudo. Em um único dia. Já estou ansiosa para ler o segundo volume, que espero ansiosamente pelo seu lançamento.

Na página do livro no site da Editora Estronho, dá para encontrar uma prévia do livro.