terça-feira, 8 de outubro de 2013

Livros em Pauta


LIVROS EM PAUTA foi criado pelo escritor Edson Rossatto com o intuito de promover o encontro de escritores, editores, críticos literários e demais profissionais do livro com leitores e escritores amadores, para discussões sérias e também para bate-papos descontraídos por intermédio de atividades gratuitas, como mesas-redondas, palestras, sessões de autógrafos e lançamentos de livros.

Participei dos duas edições anteriores, mas por motivos de força maior (vulgo férias inadiáveis na casa do avô) não vou estar neste ano. O evento é ótimo, sempre com palestras interessantes e úteis para quem tem vontade de trabalhar na área literária e/ou editorial de algum modo, ou é apenas um curioso. Desta vez ele será realizado no dia 19 de outubro, a partir das 10h, na Faculdade Estácio Uniradial. A programação pode ser encontrada no site do Livros em Pauta, bem como demais informações sobre o evento. 

Vão, pessoas, e aproveitem por mim - que estarei longe e com invejinha de quem estará em São Paulo.

domingo, 6 de outubro de 2013

Porque eu me incomodo

Eu leio porque não existe uma razão maior para isso. 
Leio porque é vital para mim, porque faz com que minha miopia seja atenuada, suavizada. 
Leio por medo da ignorância, de permanecer no escuro que é a ordinariedade do ser humano.
Contudo, ser não-ordinária não me faz feliz.
Porque eu me incomodo.

Eu me incomodo com o mundo, com as conversas vazias, com os pensamentos aleatórios, com a mesquinhez da falta de interesse.
Eu ouço, mas não escuto os outros. Vejo, mas não enxergo algo que me interessa verdadeiramente.
Eu apenas procuro ler, porque nas entrelinhas eu encontro a subjetividade daquilo que tenho ansiado e continuo sem entender.

Eu dou graças aos céus toda vez em que paro para pensar no quanto sou estúpida, burra mesmo. 
Porque isso me incomoda. Enerva-me, me faz descontente.
A infelicidade nem sempre é ruim. 
Assim como o seu oposto, é apenas um estado transitório. Tudo acaba passando: momentos que se sucedem infinitamente.

Eu me frustro porque na maioria das vezes não compreendo as coisas que leio, que vejo, que ouço, que sinto.
Dizem que frustrar-se é bom, porque o desamparo que a ignorância nos traz impulsiona-nos em busca de um sentido.
Mas talvez o tal "sentido" não exista - as vozes sussurram, cruéis, quando acabo por quedar-me irritada diante deste tipo de pensamento.
Porque isso não passa, nunca passa.
E isso me incomoda.


(21 de agosto de 2008)